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Hoje é um ótimo dia pra uma taça de vinho
A Brut Ipa e um pouco de história
Que o Brasil é cervejeiro isso é inegável. Sim, nós apreciamos vinhos e outras bebidas também. Mas, pela nossa trajetória difícil com a introdução do vinho no Brasil e as nossas influências europeias no consumo de outras bebidas, o nosso ranking é liderado por bebidas Pilsen.
Antes de falarmos sobre a queridinha: a Brut Ipa, quero enfatizar que: desde que você consuma bebidas de boa procedência, essa bebida pode não ser o vinho.
Por volta de 1600 a cerveja chegou ao Brasil junto com os holandeses, mas como não tomou o gosto dos nativos, ela desapareceu e só retornou às terras brasileiras com a família Real Portuguesa.
Muito diferente do que é hoje, o consumo de cerveja era pouco e competia com o vinho e a cachaça que também tinham dificuldades de produção, mas tinha a preferência dos nativos e dos europeus que aqui chegavam.
Portugal e Inglaterra eram aliados, a Inglaterra era dona da produção de Vinho do Porto de Portugal, e o que “sobrava” vinha direto pro Brasil. Enquanto aconteciam essas transações de vinhos entre a Europa e Brasil, Dom João VI, que era cervejeiro, abriu o porto para que outros países pudessem exportar suas cervejas para cá.
É claro que não foi tão fácil assim, porque o custo de produção de cerveja era muito caro, ficando inviável até para quem já tinha muito dinheiro. E como se não bastasse, a coroa portuguesa aumentou os impostos tornando o consumo ainda mais difícil.
Tínhamos imigrantes alemães e ingleses que tinham a receita e começaram a produzir a bebida artesanalmente. A diferença eram os ingredientes, que eram a base de milho, trigo e arroz – já que Cevada e Lúpulo era muito caro e era vindo de fora. Isso explica inclusive a preferência dos brasileiros pela pilsen, assim como o vinho suave. É cultural, e faz parte da história de como as começou a produção dessas cervejas artesanais que durou até por volta de 1880, que foi quando as primeiras grandes cervejarias começaram a chegar e lapidar o gosto por cerveja e tornar a bebida mais acessível.
No ranking de estilos de cervejas mais consumidas no Brasil, temos:
O estilo de cada cerveja é apaixonante, mas vamos falar hoje, especificadamente do estilo que tomou gosto mundial e desde que foi criada em 2018.
A Brut IPA e sua semelhança com o Champagne
Desenvolvida em 2018, esse estilo é seco e refrescante. Parece um paradoxo e é, esse estilo de cerveja foi desenvolvido e pensado para que fosse uma cerveja muito lupulada, aromática, com amargor, notas frutadas e teor alcoólico lá em cima.
E foi em Vermont nos Estados Unidos, na região de Nova Inglaterra, que a cervejaria que nasceu em 2003, se especializou em Ipa’s frescas e não filtradas.
O sucesso é tão grande que a cervejaria limita a compra de 16 unidades por pessoa.
Esse estilo de cerveja não é tão diferente das demais cervejas, o x da questão é o seu amargor contrastando com o frescor que não deixa a cerveja ser pesada, e tendo o lúpulo como evidência no aroma e paladar.
Pra quem já provou, pode confirmar essa análise sensorial e para quem não provou, aproveite para buscar essas características nas próximas IPAS que for provar.
Hora de Harmonizar!
Provei dois exemplares de Brut Ipas produzidas aqui no Brasil, e ambas com sabor bem próximas à original, lembra a textura do tanino na boca e essas cervejas pedem pratos marcantes. E eu não falo de pratos condimentados e sim com carnes mais gordurosas e macias, Risotos ou simplesmente para ser tomadas sozinhas.
E fique de olho aberto na temperatura: cervejas estupidamente geladas já dizem: é estupido. A temperatura ideal para aproveitar os aromas e sabores marcantes desse estilo de cerveja é de 6°C.
E se você não sabe aonde encontrar: vá de Cervejaria Alforria. E delicie-se.
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