O "Dia da Gula" é o dia de comer bem » Aline OliveiraAline Oliveira O "Dia da Gula" é o dia de comer bem » Aline Oliveira
Por Aline Oliveira

O “Dia da Gula” é o dia de comer bem


Se você, assim como eu, concorda que comer deveria ser a oitava maravilha do mundo, continue nesse artigo. E alerta de spoiler: no fim do artigo tenho sugestões que vão te dar muita fome!

Focaccia de Provolone Maillard – Micro Padaria

A Gula é um dos pecados capitais e, também, é a preocupação de Nutrólogos e Nutricionistas, por causa do aumento da compulsão alimentar que trás muitos riscos à saúde.

Como tudo na vida, equilíbrio é bom e mandou lembranças. Por isso, é importante, para a saúde, que você tenha hábitos alimentares saudáveis — o que vai lhe permitir, sem culpa, cometer alguns exageros esporádicos.

Não tem como falar de comida e não fazer a associação do aumento desse transtorno alimentar com o período de pandemia, em que as pessoas passaram a trabalhar em casa, estiveram mais ansiosas e procuraram nos fast-foods e doces a compensação da alegria que faltava; sem falar que muita gente passou a ir com mais frequência para a cozinha.

Em contrapartida, a fome também passou a ser ainda mais problemática, tendo em vista que muitas famílias perderam renda e comer ficou ainda mais difícil.

Diante desses dois lados da moeda, a música “você tem fome de que” do Titãs, lançada em 1987, nunca foi tão atual, trazendo significados reais e metafóricos quanto à fome de comida e de abraços. Em um dos trechos, a canção diz “A gente não quer só dinheiro; A gente quer dinheiro e felicidade; A gente não quer só dinheiro; A gente quer ser inteiro e não pela metade”.

Voltando a abordar o dia da gula como “o ato de comer com exageros e de suas consequências“, segundo a nutricionista Lethycia Leitte, “na maioria dos casos, o ato de comer compulsivamente está associado a fatores que vão muito além de questões fisiológicas que acabam afetando o funcionamento do organismo. Muitas vezes, a ligação entre ansiedade e compulsão alimentar tem como base problemas emocionais associados à culpa, frustração, questões mal resolvidas, baixa autoestima e obesidade.”

Segundo a nutricionista, alguns hábitos podem indicar a compulsão alimentar, como por exemplo: comer exageradamente; comer mesmo sem fome; ter dificuldade em parar de comer e, muitas vezes, comer escondido.

“Uma das alternativas para o efetivo controle da influência da ansiedade sobre o comportamento compulsivo é a reeducação alimentar. Vale frisar, entretanto, que esse controle não está somente na redução de calorias, mas na readequação dos hábitos e costumes.”, destaca Lethycia.

Lembra que falamos no início sobre o equilíbrio da boa alimentação?

Pois é, tem se ouvido muito falar sobre “comida de verdade”, que nada mais é do que a comida temperada com condimentos naturais, sem os bloquinhos de temperos mágicos e ultra processados. É a comida que a sua avó reconhece como comida, por ser natural. A era do artesanal e da fermentação natural, que é algo que sempre existiu, hoje é novidade. O pão que é fermentado com calma e com tempo, e o bolo que leva ingredientes que você tem na sua casa como ovo, leite e farinha de trigo é a tendência do bolo fofinho e com gostinho de infância — sem ter a explosão de fermentos e conservantes dos embalados industrialmente pro lanchinho da escola.

Em tempos assim, restaurantes e microempreendedores tem inovado na construção dos sabores reais, levando aos restaurantes a comida de casa do almoço de domingo, com um toque de sofisticação sem perder a essência.

Antes mesmo da pandemia, a Chefe Catharina Gobira já levava para seus pratos de Delively e HomeChef o lema de sua cozinha que é justamente a “comida de verdade”. São pratos com toque de sofisticação, mas sem perder a essência de você saber exatamente o que está comendo, que vai de uma salada até uma carne nobre.

Fazendo relação ao vinho, imagine que a melhor experiência gastronômica seja sentir o sabor e o aroma, sem que aquilo seja artificial. Por exemplo, no vinho temos escalas de aromas (aromas primários, secundários e terciários), e isso vai depender do processo do vinho. Aromas esses que vem da fruta, da fermentação e do envelhecimento.

Na comida, não é diferente, cada preparação libera um aroma e o mesmo acontece com o modo de preparo. Uma carne tem inclusive a textura diferente se ela for assada, cozida ou grelhada. Diferente de fast-foods, esses sabores e aromas que encontramos no alimento real não são adicionados artificialmente.

Ficou com fome? Se você quer vivenciar uma comida de verdade, além do delicioso cardápio da Chefe Catharina Gobira, listei, com ajuda do meus seguidores do Instagram, os lugares mais sugestionados que você pode e deve comer bem e com qualidade:

Começando o dia tomando com um bom café da manhã: Padaria Trigo Rei

Almoço leve: os sushis do Natu Restaurante

Sobremesa pra viagem: os irresistíveis doces da Confeitaria Gourmet

Lanchinho da tarde: aquela passadinha pra um bom café e opções salgadas da Cafeteria Rigno

Jantar: As massas do Sexto Sentido que você pode levar para casa ou ficar para comer lá.

Vai ter festa? Kits de salgados com a Ana Bittencourt

Fique de olho na sua saúde, coma bem e se permita aos bons prazeres gastronômicos sem culpa e com equilíbrio. A gente, infelizmente não tem como resolver os problemas do Brasil e do mundo e dentre deles a escassez de comida e o desperdício. Mas, mudando dentro de casa e mudando a concepção do que é comida, é a transformação que começa de dentro e você não muda o mundo, muda a si e isso já faz uma diferença danada.

A exemplo disso, existe o movimento Gastromotiva, que foi fundada em 2006 pelo chef e empreendedor social David Hertz, com a missão de promover a cinlusão através da Gastronomia Social quem acontece em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Cidade do México e San Salvador.

A Gastromotiva potencializa projetos que utilizam a gastronomia como ferramenta de transformação social, trabalha com reaproveitamento de comida e tem o projeto de um restaurante-escola em parceria com a organização italiana Food for Soul, para levar comida e cultura para pessoas e, vulnerabilidade social no rio de Janeiro.

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