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Por Aline Oliveira

Taxa Rolha: é justo cobrar?


Esse é um assunto polêmico, mas antes de te responder essa pergunta, gostaria que, mesmo sem terminar de ler esse post, você desse sua primeira opinião: é ou não justo cobrar a taxa rolha?

Vamos lá, acho que a gente tem, primeiro, começar a se perguntar os motivos de um cliente levar um vinho pro restaurante, sendo que nesse restaurante já vende vinho. Dois pontos principais me vêm a cabeça: falta de vinho e economia.

Quando digo falta de vinho, quero dizer da falta do vinho que agrade esse cliente ou falta de vinho que harmonize com o que ele gosta de comer nesse estabelecimento. A comida é boa, é afetiva, o ambiente é agradável, o atendimento também, mas falta o vinho que possa harmonizar com o gosto desse cliente. Por exemplo, é muito comum em restaurantes de comida japonesa você encontrar na carta (se ela existir em alguns casos) um ou dois vinhos brancos ou rosés e uma lista infinita de vinhos tintos, dos mais variados países. Aí é forçar a barra.

A carta de vinhos é feita (ou deveria ser feita) levando em consideração o cardápio do restaurante. O sommelier, profissional que elabora esse material, vai analisar os pratos que são servidos definir os vinhos mais harmonizam com tudo o que é oferecido. Uma forma de tornar a experiência entre vinho e comida ainda mais incrível.

Mas se falta esse alinhamento entre o cardápio e a carta de vinhos, e esse cliente já conhece o restaurante, é muito provável que esse cliente queira levar um vinho que o agrade. Às vezes, também, o objetivo do cliente ao levar o vinho é beber algo que ele já conheça ou que já tenha marcado algum momento dele.

O outro ponto é a questão da economia. E aqui a gente tem um problema que vai além da simples precificação do vinho. O vinho no Brasil é um produto caro. Os mais baratos poderiam ser ainda mais baratos – o que tornaria a bebida mais popular no país. Mas, os nossos impostos não deixam.

Ao precificar o vinho, assim como qualquer outra bebida ou comida do restaurante, muitas coisas são levadas em conta: local adequado para armazenamento e controle de temperatura e qualidade são algumas dessas coisas. Outra coisa colocada na conta é o profissional que vai fazer esse serviço.

Custos com impostos e serviços vão sempre estar presentes no preço final de qualquer produto. Qual é o problema com o vinho? Como já não é uma bebida barata, ela acaba ficando um pouco mais cara no restaurante. Mas vale ressaltar que a gente não pode exagerar muito nesse pensamento e achar que existe a precificação abusiva por parte do restaurante. A grande maioria não realiza esse tipo de prática.

Entendendo esses pontos, agora a gente parte para o ponto que você está levando um vinho até o restaurante.

Ao chegar ao estabelecimento com o seu rótulo, o sommelier deve fazer serviço do vinho como se esse fosse um dos vinhos da carta. Assim sendo, você terá o auxílio do restaurante para o controle de temperatura e tudo mais.

Mesmo tendo um produto que possa atender sua necessidade, esse restaurante realiza todo o serviço do vinho, disponibilizando um profissional, coloca alí um balde com gelo (caso seja necessário). Agora eu te pergunto: você acha ou não justo cobrar essa taxa rolha?

O tema é delicado, não é mesmo? Por isso cliente e restaurante precisam tomar alguns cuidados:

Você não deve levar pro restaurante um vinho que ele já tenha na carta; o restaurante não pode cobrar taxa de serviço de 10% já que teve a taxa rolha que cobre os custos de serviços e a utilização de acessórios.

Esclarecida essas questões, o restaurante em que cobrar a taxa rolha? Não! Inclusive tem muitos que não cobram. Pro restaurante que cobra, vale a dica de escolher um dia da semana pra não cobrar essa taxa, assim você atrai esse cliente pra um dia que o movimento não seja tão expressivo.

E aí, gostou do post? Tem mais alguma dúvida sobre o assunto? Deixe nos comentários!


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