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Por Aline Oliveira

No sobe e desce de temperatura, cuidado redobrado com o vinho


O verão já acabou, e agora uma certeza impera: os dias não serão apenas quentes, o frio se torna um ingrediente em alguns dias do outono até o inverno. Os dias estão ainda mais loucos no quesito oscilação térmica, não é? Começa frio, esquenta na sequência, faz aquele calor de rachar e a gente quer abrir um espumante ainda no meio da manhã (nem é um problema isso rsrs se abrir me chama que eu vou), e pra fechar a noite um tinto barricado.

Com toda essa mudança de temperatura, parece que despertou a curiosidade de muita gente sobre a temperatura dos vinhos. Deixe-me falar hoje especialmente dos espumantes. Durante degustações, as pessoas me confidenciam que não tiveram uma boa experiência com espumantes e, por isso, não gostam da bebida – nem compram para momentos festivos.

Fui investigar que tipo de experiência esses enófilos tiveram, e confesso não ter me surpreendido com as respostas.

Por ser uma bebida que sempre nos lembra de alegria, comemoração, diversão, os espumantes acabam sendo mais consumidos em festas: formaturas, aniversários, casamentos, réveillon e por aí vai. Até aí nem um problema. Mas essa má experiência que os enófilos acabam tendo com o espumante, geralmente, são em festas. Vou te explicar.

A começar pela temperatura, parte primordial do serviço do espumante. Mas esse é o ponto que mais vemos os eventos pecando durante o serviço. Espumante que não está na temperatura certa não demonstra todo seu potencial de sabor e aroma. É como um refrigerante quente. Não desce. Não importa se a marca é boa.

Para agilizar o atendimento e atender a quem se preocupa mais com a quantidade do que com a qualidade, os garçons enchem as taças durante o serviço e isso não é o correto. Taça cheia significa que você demora mais pra beber, e se o líquido passa muito tempo na taça ele esquenta – e você já sabe que espumante quente não é bom. Tem outra coisa. Quanto mais tempo na taça mais ele vai perdendo gás carbônico, e aqui vale mais uma vez a comparação com o refrigerante.

A mesma preocupação a gente deve ter com os outros estilos de vinho. Por pensar que vinho tinto dever bebido apenas em temperatura ambiente, muitas pessoas se esquecem que estão no Brasil e essa regra se aplica aos países europeus, onde a temperatura ambiente já é baixa. Aqui pode deixar seu vinho resfriado. Nada de colocar em balde de gelo, assim você não vai aproveitar todo potencial do seu vinho tinto.

Com os vinhos rosés e brancos muita gente se perde. Fica a dúvida de deixa na mesma temperatura dos espumantes ou dos tintos. Vinhos brancos e rosés funcionam assim: quanto mais quentes, mais ácidos. E essa acidez é negativa.

Pra ficar fácil, sirva espumantes a 4C°, brancos entre 6C° e 8C°, os rosés podem ser bebidos entre 10C° e 12C°. Já os tintos entre 14C° e 16C°, alguns podem ser bebidos em temperatura ainda maior.

A temperatura é fator importante para o vinho, já que é uma bebida que está sujeita a reações químicas dentro da garrafa. Para que essas reações não causem danos, é preciso que o vinho seja armazenado em condições adequadas.

Aline Oliveira, especialista em vinhos e barista

Lembra que no início desse post eu falei da recusa de enófilos em beber espumantes? Numa das últimas degustações fiz alguns mudarem de ideia.

Eu tinha que proporcionar a esses enófilos uma nova experiência com o espumante. Me senti na obrigação de fazê-los encontrar na bebida a sensação de alegria que ela oferece.

E foi assim: espumante na temperatura certa, na quantidade necessária na taça. E aí, olhares se cruzaram, sobrancelhas se mexeram, sorrisos se abriram. Eles nem precisavam falar alguma coisa, as expressões já diziam tudo o que eu queria saber.

E você, já teve alguma experiência ruim com espumantes? Tem alguma dúvida? Comente aqui nesse post!


Uma resposta para “No sobe e desce de temperatura, cuidado redobrado com o vinho”

  1. Ivan Ribeiro do Vale Junior disse:

    Parabéns, Aline!! Muito bom artigo.

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