Contém Anidrido Sulfuroso: você sabe o que é isso?

Olhando o contra rótulo do seu vinho, talvez você tenha encontrado essa mensagem: “Contém Anidrido Sulfuroso”. Mas pra quê serve essa substância? Porque colocam ela no vinho?

Foto: Luan Ferreira

Vai parecer primeira aula de química, mas prometo não ser confuso. Quando levedura e açúcar se juntam para criar gás carbônico e álcool, quantidades mínimas de dióxido de enxofre também são produzidas nesse processo. Portanto, todo vinho terá pelo menos um pouquinho de Anidrido Sulfuroso, também chamado de sulfito, em sua composição. Em alguns vinhos, é adicionada essa substância.

Fazendo uma comparação, os sulfitos são como antissépticos bucais. Exatamente isso! A adição desse conservante serve para que os rótulos tenham mais durabilidade e estejam protegidos por proliferação de bactérias e fungos.

Porém, os sulfitos adicionados pela indústria incomodam alguns consumidores.

MITO

Para começar, é mito aquela história de que o sulfito causa ressaca e dor de cabeça. Esses probleminhas você pode colocar na conta do consumo excessivo de bebida alcoólica. Eu sei que no caso de vinho a gente sempre quer uma taça a mais, mas vai tomando água enquanto bebe vinho pra evitar a ressaca.

Mas, claro, existem alérgicos à substância Anidrido Sulfuroso, e por isso é preciso informar no rótulo quando houver adição que pode causar esses efeitos colaterais.

No ranking dos alimentos com maiores quantidades de sulfitos, o vinho não está na liderança, pelo contrário. Existem muitos alimentos que lideram essa lista, como por exemplo as frutas secas, que contém muito mais sulfitos que uma garrafa de vinho e nem por isso são tão condenadas.

Assim como acontece com os alimentos, os vinhos também seguem uma regulamentação para que a quantidade de sulfitos não ultrapasse o normal aceitável.

Ao contrário do que muita gente pensa, não é o produtor que define essa quantidade, mas sim a legislação de cada país.

Na Europa, existe uma quantidade para cada estilo de vinho: 160 mg/litro para vinhos tintos; 260 mg/litro para  brancos; e 300 mg/litro para os licorosos.

Já no Brasil, não existe uma legislação que defina a quantidade máxima de sulfitos de um vinho. A Agroindústria brasileira, exige que os vinhos que contém, industrialmente, a substância descrevam no contra rótulo “contém conservador anidrido sulfúrico INS 220”, e nos vinhos importados que esteja escrito “Contém sulfitos”.

Portanto, o Sulfito não é o vilão de história e sim aquele que protege a “Bebida de Bacco” para que ele chegue à nossa mesa com todas as suas características preservadas.