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Por Aline Oliveira

Dia da Mentira: desvendando os mitos mais comuns sobre o mundo dos vinhos


O que você já ouviu falar sobre vinhos? Nesse universo, vale destacar que muitas histórias foram criadas. Ou seja: nem tudo é verdade!

Hoje eu quero lhe ajudar a conhecer alguns desses mitos criados. Vale sempre lembrar que, nesse universo do vinho, muita coisa depende. Ou seja: sem verdades absolutas por aqui.

“Vinho bom é vinho caro”

O preço nem sempre reflete a qualidade do vinho. Existem vinhos de excelente qualidade a preços mais acessíveis. O preço tá atrelado a muitos fatores: método de produção, custos desta produção, insumos utilizados durante todo o período de plantio e colheita, trabalhadores, impostos…

A qualidade está do outro lado dessa história. O preço também pode ser influenciado por fatores como a raridade do vinho ou a reputação do produtor. Um vinho jovem vai ser mais barato que um vinho barricado – o que não significa que um é ruim e outro é bom.

“Todos os vinhos envelhecem bem

Nem todos os vinhos são adequados para envelhecimento. Alguns vinhos são feitos para serem consumidos jovens, enquanto outros são destinados a serem envelhecidos.

Ainda no vinhedo, analisando a produção que será colhida, o enólogo começa a definir quais uvas têm potencial para envelhecimento e quais devem ir pra produção de vinhos jovens. Tudo é muito bem pensado.

Na barrica, chega um tempo em que o vinho ao invés de ganhar qualidade, ele começa a perder. Por isso toda uma análise é feita antes de decidir o que vai ou não pro envelhecimento.

“A cortiça é a melhor vedação para vinhos”

A cortiça é uma vedação tradicional para vinhos, mas não é a única opção. O início do uso das rolhas para vedação da garrafa de vinho é atribuído à Dom Périgon, no século 17. Vale lembrar que à Dom Périgon também é atribuída a criação do champangne.

As rolhas sintéticas e as tampas de rosca são alternativas populares e eficazes. Sem falar que são bem mais baratas que uma rolha de cortiça.

Esse tipo de vedação por tampa de rosca foi patenteada em 1889, por um inglês, e começou a ser usada pra vedar, primeiro, uísque em 1926. Depois o mundo do vinho também aderiu, utilizando principalmente pra baratear o preço final do vinho.

Falando apenas do líquido, você deve estar se perguntando: o que muda pro vinho ter uma rolha de cortiça ou uma tampa de rosca? Nada!

“Vinhos mais escuros são mais fortes e encorpados“

Já tomou um Barolo? Já reparou na cor do vinho na Taça? Então, esse emblemático vinho italiano é produzido com a uva Nebiolo. Embora seja bem encorpado, um vinho que peça decantação, a cor dele é bem clarinha.

Isso é pra dizer que a cor não é uma regra e se fosse teria exceção. A cor do vinho não indica necessariamente sua força ou corpo. A gente tem uvas que são mais tintureiras, como a Tannat, e outras nem tanto.

A barrica pode colaborar pra que o vinho fique mais encorpado, mas vale lembrar que alguns vinhos mais leves podem ter uma cor mais escura, enquanto alguns vinhos mais encorpados podem ser mais claros.

“Vinho rosé é um vinho para mulheres”

Pra começo de resposta: vinho pra mulher é o vinho que ela quiser tomar. Pronto!

Algumas pessoas fazem essa associação por causa da cor e, assim, ficam, muitas vezes, menosprezando a possibilidade de mulheres de gostarem de vinhos complexos, encorpados, adstringentes.

Vale lembrar que, sim, o vinho rosé pode ter complexidade e ser adstringente. Nesse ponto, a gente precisa mesmo é deixar de preconceitos!

“O vinho precisa respirar antes de ser consumido”

É preciso conhecer o estilo de vinho que você irá consumir pra perceber a necessidade de decantar ou não esse vinho.

Nem todos os vinhos precisam de tempo para respirar antes de serem consumidos. Alguns vinhos podem se beneficiar de uma quantidade de tempo para respirar, mas outros, como por exemplo os vinhos jovens, podem ser apreciados imediatamente após serem abertos.

A indicação é consumir um pouco desse vinho na taça antes de colocá-lo imediatamente no decanter.

Conclusão

Nem tudo no mudo é verdade ou uma verdade absoluta. Quantas vezes você foi levada a pensar que quanto maior a cavidade do fundo da garrafa significava qualidade, e uma coisa não tem nada a ver com a outra. É uma forma de armazenar melhor os vinhos nas caves. A dica é: quanto mais a gente conhece o vinho, mais a gente simplifica e para de cair em pegadinhas: cheirar a rolha não vai te ajudar saber se o vinho tá bom!


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